2002
2002: Está chegando a hora, né?
*Me*: É... já vai tarde...
2002: Por que diz isso?
*Me*: Não sei ao certo. Você foi bacana. Aconteceram coisas boas, mas no apanhado geral acho que foi um Bad Hair Year.
2002: É, eu percebi. Você não estava das melhores.
*Me*: Sim... talvez porque eu dê mais sorte com anos ímpares. 1993, por exemplo, foi o melhor ano da minha vida. 2001 foi bom, também, assim como 1999.
2002: Assim eu fico até constrangido por ter passado por sua vida.
*Me*: Não... não precisa ficar assim... Você tinha que ter acontecido na minha vida. Você trouxe mudanças, introspecção, vontade de crescer, de ampliar horizontes. Percebi muitas coisas nessa transição.
2002: Ah, bom. Me sinto um pouco melhor. O que eu trouxe de melhor pra você?
*Me*: Amigos, sem dúvida nenhuma. Conheci muita gente querida, que passou a fazer parte da minha vida. A maioria veio através da Internet, mas quer saber? Eu não me importo. O carinho que sinto por elas ultrapassa os bytes.
2002: Sim, é verdade. Você conheceu muita gente nova, não é mesmo?
*Me*: É.. meu céu está mais salpicado de pequenas estrelas brilhantes. Teve o pessoal do Ibama, da Abrawicca, da Trash, dos Blogs... Tanta gente que chegou na minha vida e conquistou um lugarzinho nesse coração remendado. E os antigos, principalmente da TM. Com eles os laços de amizade viraram nós, para nunca mais desatarem. E o melhor de tudo, foi ter a minha querida sobrinha na cama ao lado. Foi simplesmente delicioso.
2002: Que maravilha!!!
*Me*: Sem dúvida nenhuma, esse setor foi o que mais se deu bem.
2002: Vi que você se decepcionou muito, também.
*Me*: Sabe o que é? Acho que espero demais das pessoas. Sem falar no Ibama. Eu queria muito ter passado. Estudei, me esforcei, sonhei junto com todos os Analistas Ambientais.
2002: Paciência... Isso estava fora da minha alçada.
*Me*: Eu sei, não estou culpando você, não. A decepção veio seguida de uma vontade enorme de mudar, de ir atrás dos meus sonhos, de batalhar por aquilo que eu realmente acredito.
2002: Isso eu pude ver nos seus olhinhos, o tempo todo...
*Me*: Pois é!!! Você viu? Por isso não estou reclamando de você. Cada dia que passou descobri uma coisa nova em mim, uma vontade, mas principalmente uma força de vontade que eu achei que não existisse.
2002: Ah, para com isso. Você é ariana... Nascida sob o signo do fogo, em pleno equinócio de outono.
*Me*: É verdade... Mas eu não quis agir por impulso. Por isso você veio, para que eu pudesse acalmar, já que seu irmão que passou foi um tanto quanto turbulento... Agora, já está tudo planejado, esquematizado, pronto pra ser colocado em ação.
2002: Bom saber disso. Não trouxe tranquilidade a você, mas ao menos não tumultuei nada...
*Me*: Sim...
2002: E as viagens!? Pelo que pude observar, foram ótimas....
*Me*: Ah! Todas elas. Desde o simples final de semana no sítio, recarregando as baterias, passando pelo final de semana de reconsagração do ventre, pela visita surpresa para a minha maninha do coração... Mas você sabe que a viagem ao Pantanal foi a melhor de todas. Lá a minha vontade de virar a mesa tomou forma, e foi a partir dali que as idéias começaram a se encaixar, se ajeitar, sem atropelar uma a outra. Tá, o cruzeiro foi maravilhoso, também. Me diverti muito, mas eu não estava no meu melhor humor...
2002: Falar nisso, e o coração, mocinha?
*Me*: Ahh... eu sabia que você ia tocar nesse assunto.
2002: Oras, mas o que há de errado? Preciso saber todos os aspectos, como eu me comportei no geral.
*Me*: O coração vai mal... As vezes me esforço para acreditar que ele ainda está fechado para balanço, depois da decepção monstro do ano passado. Mas não está. Namorei uma pessoa muito querida e especial, mas, infelizmente, meu coração não batia no mesmo ritmo do dele. Me envolvi com outras que me decepcionaram bastante, e até arrisquei a me apaixonar de verdade. Sim, eu amei alguém. Não com toda aquela minha capacidade absurda de amar, que você conhece. Na verdade, nem houve tempo hábil para que isso acontecesse. Amei calma e serenamente, mas alguns problemas me impediram de estar com a pessoa que eu amei. Preferi me afastar a me decepcionar mais uma vez. Mas foi bom, sim.. ficaram boas marcas. Foi tudo vivido com muita intensidade e pude me dar alta. Acho que já estou curada. Vamos ver o que 2003 reserva para mim, não é?
2002: É... talvez ele seja mais generoso do que eu. Não quero mais vê-la chorando.
*Me*: Ah... algumas situações me colocaram em lágrimas mesmo... não teve jeito. Principalmente por ver pessoas queridas sofrendo, com a despedida de seus pais...
2002: Sim, isso foi triste.. mas não são dessas lágrimas que eu estou falando... Muitos irmãos passados vieram te incomodar, não?
*Me*: Oras!!! Você sabe que eu sou sensível. Não vá me fazer chorar, relembrando tudo o que já passou. Chegará o dia dessas pendências serem resolvidas.
2002: Ok. Não falemos sobre isso, então.
*Me*: Assim é melhor.
2002: Uma música que me marcou?
*Me*: Ah... tantas... Você sabe que eu respiro música. Mas esse ano eu ouvi muito Torn, da Natalia Imbruglia. E Paper Boat, de Belle & Sebastian. Então eu fico com a segunda, que tem uma mensagem de otimismo toda especial. "...I think it´s going to be all right..."
2002: Por falar em otimismo, o que você espera do meu irmão!?
*Me*: Ahhh... não sei... Não quero fazer promessas. Porque acabam virando obrigação. E eu odeio obrigação. Acabo deixando de lado. Gostaria que algumas coisas continuassem como estão, principalmente com amizades e família. E que eu consiga realizar minhas vontades. Cansei de ser loser, sabe? Não quero me ver no futuro, olhando para seu irmão e ver que tudo não passou de fogo no rabo. Quero ter orgulho dele, que seja reconhecido como o ano da vitória.
2002: Poxa. Ele será o da vitória. E eu? Fui o que?
*Me*: O ano da mudança, da introspecção, do "eu e meu umbigo", meu caro.
2002: Em uma palavra, como você me definiria?
*Me*: Oscilante?
2002: Oscilante?
*Me*: É... com você, me senti andando em uma montanha-russa. Uma hora estava tudo ótimo, de repente, tudo caía a minha volta. Me sentia perdida e sozinha. E logo em seguida você me trazia alguma boa surpresa.
2002: Ahh... mas então eu não fui tão mau assim com você. Muitas oportunidades você não agarrou porque não quis.
*Me*: Não... não foi, não... E as oportunidades estão guardadas. Algumas poderei usar com seu irmão, principalmente as profissionais. Estou meio acomodada, sabe?
2002: Tá... eu entendi. Pense com carinho nelas. São muito interessantes. Bom... está chegando a minha hora... tenho que me preparar para partir.
*Me*: Adeus, 2002. Foi bom estar com você. Obrigada pelas coisas boas que trouxe.
2002: Adeus, Menina dos Lobos. Receba meu irmão com o mesmo carinho que me recebeu, ok?
*Me*: Combinado. Você sabe que sei fazer isso como ninguém, sou a "Pollyana", esqueceu?
2002: Jamais. O mundo precisa de mais gente como você. Tem muita coisa boa por ai... mas as pessoas só sabem reclamar. Precisam aprender a olhar. Boa sorte nas suas batalhas.
*Me*: Obrigada.... Até nunca mais.
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Well... que venha 2003.
I´m ready.
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