3.30.2009

Naquele dia, ela chegou atrasada para a tão necessária aula de yoga. Cinco minutos apenas. Mas não quis interromper a concentração de quem já estava em posição de lotus. Assim, resolveu ir direto ao treino com pesos e depois ao aeróbico. Escolheu sua esteira e iniciou. Eis que menos de dois minutos, a dupla se aproxima. Escolhem as esteiras bem ao lado da sua e continuam a animada conversa que veio do vestiário. Ou monólogo. Uma só ria e fazia um ou outro comentário monossilábico, tentando se concentrar no exercício. Do cardápio para o almoço, passando pelo o que iriam fazer no salão de beleza, decidindo se iam ou não lavar o cabelo ou tomar banho na academia,  até a cor da toalha que não-é-branca-mas-não-tá-encardida-é-daquela-cor-mesmo, seguiu falando dos mais aleatórios e nada interessantes assuntos, intercalados com risadas em decibéis tão irritantes quanto um pernilongo na madrugada.  Uma espichadela de olhar e a velocidade marcada ali: 4.0 km/h. - Nega, aumenta esse ritmo até você ficar ofegante e não conseguir falar, pelo amor de São Silvestre - implorava sua voz interior. - Fia, a academia tá dentro de um shopping, que já está aberto. Pra passear e bater papo, é só cruzar o estacionamento - a voz já gritava dentro de si. Até que não aguentou mais aquela tortura, interrompeu seu exercício, dirigiu-se até os equipamentos, pegou a anilha mais pesada que conseguiu carregar (e, acreditem, ela pode carregar anilhas muito pesadas)  e em um único golpe, esmagou o cérebro da sem-noção que estava ao seu lado, fazendo soar por todo o ambiente o som *Pop!* de vácuo preenchido. Não contente, pegou aquela lingua tão comprida quanto um cachecol, que não parava nunca de falar e prendeu na esteira em movimento até ver a destramelada estrebuchando. Encerrou suas atividades, alongou e saiu de alma semi-lavada, pois havia esquecido a toalha de banho em casa.
 
Esta é uma obra de ficção.
Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Ok, ok. Tirando a parte do homicídio (que aconteceu apenas na minha cabeça), o resto não é tão fictício assim.
Chá de simancol deveria vender na Daslu, mesmo com imposto sonegado. É incrível o nível de sem-noçãozice de algumas (muitas) pessoas.
Pô... saia do mundo-ao-redor-do-seu-umbigo e olhe para o lado só um bucadim. Respeitar o outro, seja na academia, no trabalho, no trânsito, na escola, na lanchonete não custa nada. Fico aqui a pensar com meus botões se o jovem Mateus (aquele, que metralhou meio mundo no cinema) não se incomodou com algum mal educado que atendeu o celular ou desandou a tagarelar no meio do filme.
Porque tem dias que realmente dá vontade.
Hoje é um deles.
 
Just in case, porque não adianta pedir aos céus um milagre sem mostrar o santo, a elegantérrima Claudinha Matarazzo dá as dicas.
 
 
Malhação Elegante


A etiqueta como um código de comportamento vale para todos os momentos de nossa vida, seja numa festa, velório ou fazendo ginástica numa academia. Saber se comportar e mostrar elegância é como fazer um exercício da maneira correta: com o tempo fica mais fácil e você mais charmoso(a).

Com as academias cada vez mais numerosas e a sua frequência cada vez mais incorporada aos hábitos de homens e mulheres, é importante manter a compostura durante a malhação. O que não quer dizer que não dê para você relaxar também ao mesmo tempo que aproveita seus exercícios.

A roupa precisa ser nova e colorida ? É lógico que não. Para fazer exercício fundamental é que a roupa seja confortável. Agora, se você quer combinar o cadarço do tênis com a fitinha no cabelo é uma opção sua. Mas lembre-se que a academia não é uma passarela de desfiles e muito menos concurso de beleza.

Posso deixar o celular ligado? Sim, desde que fique no "vibracall". O ideal é atender em outro lugar: na lanchonete ou no sala da entrada. E, fale baixo para não atrapalhar a concentração de quem está ao seu lado.

Há problema em falar com a pessoa ao lado? Sim e não. Não, se a pessoa estiver a fim de papo, mas sempre em voz baixa, e sim, se ele estiver mais interessado nos seus exercícios. O melhor é deixar o papo para depois.

Deixe os equipamentos rigorosamente "limpos" - Tenha sempre uma toalha a mão para secar o suor e deixar a bicicleta ou outros equipamentos sem a marca da sua presença.

Falar alto é deselegante? Sim. As pessoas estão concentradas em seus exercícios e você pode atrapalhar. Se tiver música tocando falar alto só aumenta a poluição sonora.

E se eu não tiver um corpo bonito? Não tem problema. Há muitas pessoas que querem apenas manter a forma e não criar músculos. E se você estiver com cada músculo e peso no lugar, lembre-se: é muito chato falar só sobre exercícios, equipamentos, dietas e do seu corpo bem feito.

E se a paquera rolar? Aja como em qualquer outro lugar. Mas, espere a pessoa terminar seus exercícios ou aula. Não interfira a ponto de atrapalhar. Tem que ser algo espontâneo, do tipo olhos nos olhos.

Posso usar perfume? De preferência o mais fraco possível. Não adianta ser elegante em todos os seus modos, mas deixar a galera tonta tomando um banho de perfume ao entrar na academia.
 
-*-*-*-*
Viram só?
Nem doeu.

4 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Tolerância zero?
    Que tal um MP3?
    Anima a caminhada e te evita essas merdas.
    Se bem que eu me vi na sua história, com a diferença conversar tudo nos 5 min do aquecimento, o bicho pega tanto depois que até respirar fica dificil.

    Fds foi bom?
    Malhou sábado, tals...
    Me orgulha sua pessoa.

    Tava precisando de "msn" daqueles, mas o sono me consome numa proporção monstra.
    Bj

    ResponderEliminar
  2. é por estas e por outras que eu penso muito para encarar uma academia... afe

    beijo

    ResponderEliminar
  3. Olá!
    Obrigado por acompanhar o meu blog.
    Saúde e força!

    ResponderEliminar
  4. É isso aí!
    É preciso muito mais força de vontade para controlar o instinto assassino dentro de nós!! :D

    Parabéns pelo blog!!^^

    ResponderEliminar