5.06.2003

Vamos lá, seres estúpidos. Aberta a temporada de caça aos tubarões. Promovam essa carnificina absurda. Para desviar os olhos da estudante baleada, que está entre a vida e a morte. Dos tubarões bípedes ninguém nos protege. Vamos lá, eu falei. Espanquem o animal doente até a morte. Exibam o produto como um troféu. Tire uma foto com o braço dentro de sua boca inerte. Corajoso. Ato heróico. Ele já está morto, não? Que perigo oferece!? Continuem destruindo os recifes de corais, derramando petróleo, incentivando a pesca predatória e poluindo as águas. Destruam, também, a camada de ozônio, assim as águas superaquecem, trazendo os tubarões mais para perto, atrás de alimento, que você mesmo, animal que tudo destrói, tirou dele. E viva o desequilíbrio ambiental!!!! Mas não reclamem. É a ordem natural das coisas. Você fez lá, aqui você paga. Mordeu um surfista? Mordeu um banhista que ultrapassou a arrebentação? Quem está no lugar errado!? Eu não me recordo uma única vez de ter visto um tubarão fazendo topless na areia. Aliás, abandonei o hábito de frequentar a praia depois de topar com outras espécies. O peladinha-de-fim-de-tarde. O caipirinha-manjubinha-sujeirinhas-na-areia. A criança-pirracenta-chuta-areia-no-vizinho. A turminha-da-breja-com-pagode-no-seu-ouvido. Pior de tudo é saber que esses se reproduzem com uma rapidez absurda. Extinção? Vaso ruim não quebra. Eu quero mais é que os tubarões arranquem pernas e braços de quem já não tem coração. Quem sabe assim o ser humano aprende a respeitar a vida. Se não é por amor, que seja por medo. Sedna chora lágrimas de sangue.

Set "Ecochata" - mode [on]

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