Chame uma pessoa leiga, não preparada, que conhece pouco de esportes e aposte uma corrida a longa distância com ela. Provavelmente ela sairá no pique, correrá muito, se esforçará no primeiro quilômetro. Aos poucos sua resistência cairá, seu fôlego vai sumir e as pernas ficarão bambas. Começará a correr torto, tropeçará, perderá os sentidos, até, finalmente, desistir. Faça a mesma aposta com um maratonista profissional. E observe. Ele irá com calma, manterá o ritmo, se concentrará em seu objetivo. Tentará manter batimentos cardíacos constantes, respiração equilibrada e, passo a passo alcançará a reta final. Porque ele percorre um kilômetro de cada vez. Se preparou para isso. Não quis tudo de uma vez só, ao mesmo tempo. Começou com destinos menores e, a medida que sua preparação e condicionamento físico fosse melhorando, aumentava as distâncias. E hoje é um grande vencedor.
Assim é a vida. E a corrida diária contra o tempo. O tempo que tem asas, que passa rápido quando você precisa que ele estacione. O que congela quando você precisa que ele seja breve. Temos tanta pressa em alcançar nossos objetivos, realizar nossos sonhos, que acabamos por meter os pés pelas mãos. Atropelamos o tempo, aquele que deveria estar ao nosso lado. Se até o mais feroz dos leões é domável, porque o tempo não seria? É preciso aprender a ser maratonista da vida. Estabelecer a meta, avaliar distâncias, preparar-se e, só então, começar a percorrer o caminho, com um ritmo equilibrado. Mirando no futuro, sentindo o presente. O passado? Passou.
Forrest Gump: I ran for three years, five months, and two days. When I was hungry, I ate. When I was tired, I slept. When I had to go, you know, I went!
E eu passei o dia todo pensando nessa metáfora. Depois do surto de ontem, lendo todos os posts do Cry Wolf. Vendo como tudo mudou em um ano. E vi que a primeira mudança foi acreditar em mim. Pela primeira vez na vida, as coisas realmente estão dando certo. Eu é que sou uma resmungona mesmo. Eu sou uma estabanada de marca maior que tem pressa de tudo. E por isso me atrapalho tanto. Não adianta querer colocar o amanhã dentro do hoje. Não cabe. O tempo é o mesmo para todos. Só os resultados ao final do caminho que são diferentes. Oras! Deus demorou sete dias para fazer o mundo. A terra demora treze luas para rodar uma volta completa. Um bebê espera nove meses para ver a luz. Uma semente espera meses para virar um fruto. E nenhum deles ficou parado durante a espera. Porque eu tenho que querer tudo pra ontem? Eu vivo falando em mudar, em se mexer e tudo o mais. E quando eu digo mudar, é virar a mesa mesmo. Mudar tudo o que cansou, está saturado, precisa ser renovado, abrir espaço para o novo. E, depois de me afastar para pegar o impulso, depois de praticar e treinar, lá vou eu para a raia. Porque o destino é o pódio. Vai ser um suadouro danado. Vou precisar realizar uma expedição arqueológica pra encontrar a minha caixinha de organização. E tomar muitas doses do aditivo da paciência. O tempo que devora é o mesmo que alimenta. Vencedor é aquele que não tem medo do desafio. E o que não estaciona na primeira encruzilhada. O caminho é cheio de curvas e obstáculos, mas eu vou, mesmo assim, sem pressa, porque sei que vou chegar.
É tudo uma questão de tempo.
Forrest Gump Mama says they was magic shoes. They could take me anywhere.
Sem comentários:
Enviar um comentário