2.25.2003

...saber amar, é saber deixar alguém te amar...

Algumas considerações a respeito do post anterior. Em primeiro lugar, em nenhum momento foi um post para causar tristeza geral na nação virtual. Muito menos lágrimas. Foi um post saudosista, sim. Mas é passado. E, por isso, deve permanecer onde está. A saudade tem uma força desconhecida. Se você tenta escondê-la, ou trancá-la pra fora do coração, mais dia, menos dia ela arromba a porta e invade. E, assim sendo, pode causar um estrago de grandes proporções. Então, uma das coisas que eu aprendi com a Dona Vida foi deixar sempre as janelas abertas. Assim, a saudade entra de mansinho, como uma brisa, passa, refresca, traz suspiros e vai embora da mesma maneira que veio. Assim são os sentimentos também. Aprendi a vivê-los, cada qual na sua hora. Sem engolir, sem expulsar, sem negar, sem esconder, sem disfarçar nenhum deles. Sem guardar nada para depois. Porque, quando acumulados, esses sentimentos tendem a entrar em conflito. Como a história do rio, que sabe o caminho, e se, aprisionado em uma barreira, satura e explode, mais uma vez derrubando tudo por onde passa. Ontem, me dei o direito de sentir saudade. De ver fotos. De chorar sorrindo. De ter vontade de escrever um e-mail e mandar. De sentir tristeza por algo lindo que se perdeu. Porque ontem foi o dia disso. Hoje acordei renovada e leve novamente. Simples assim. Tudo o que foi vivido foi maravilhoso e trouxe muitos frutos bons para mim, como ser humano. Mas isso não significa que eu queira viver tudo isso de novo, com a mesma pessoa. Porque a vida é feita de contrastes. A luz só existe porque há escuridão. E você só aprende a enxergar as coisas boas quando há coisas ruins para comparar. E, viver o passado, viver no passado, traz outras lembranças não tão boas assim. E o presente acaba passando direto. Jamais viver de passado, foi outra lição que eu aprendi à duras consequências. Mas o ser humano é curioso por natureza. E é absolutamente natural ter vontade de saber como está alguém que deixou marcas profundas no meu coração. Lembrar com carinho de alguém que me fez feliz durante tantos anos e que nunca mais eu vi. Tentar adivinhar o que se fez da vida dessa pessoa. Da pessoa que ajudou a construir a mulher que eu sou hoje. Como eu disse, foi preciso passar por todo o ciclo, para me descobrir mais forte, mais corajosa, mais segura, mais desinibida, mais determinada, mais *eu*. Descobrir o meu amor próprio e o meu amor pelo próximo. E esse foi um dos maiores presentes que ele poderia ter me dado. Quando o amor é incondicional, o próprio nome já diz. Ele existe por si só e pronto. Independente de qualquer senão. E me sinto privilegiada de ter vivido isso de forma única e plena. Se viverei novamente, não sei. E, no final das contas, é para isso que estamos vivos, não é? Pela magia da descoberta de cada novo dia. E existem milhões de coisas lindas à minha espera. E à sua espera também, porque não? Basta aprender a olhar.

Who can say where the road goes?
Where the day flows?
Only time...


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