6.02.2009

Dia desses comentei que não conseguia imaginar nada mais triste que morrer sozinho, sem ninguém para dar apoio ou pior, chorar sua ausência, seja porque os seus já partiram e você é o último, seja porque você construiu uma vida de muros, afastando tudo e todos.
Logo na sequência, vi a notícia do carro que capotou ribanceira abaixo, com a mãe e os três filhos, dois sobreviventes, resgatados quase dois dias depois. Fiquei pensando que nada poderia ser mais triste que sobreviver no matagal, na noite gélida, aos 8 anos de idade, com sua mãezinha e irmã mais velha mortas ao seu lado, sem poder fazer nada.
Eis que um avião desaparece. Não tem um corpo que corte, de uma vez por todas, pela raiz, aquela arvorezinha chamada esperança. E a gente segue na fé, achando que a qualquer momento outra notícia pode chegar. E a triste e desesperadora incerteza que ronda o coração de uma mãe, um pai, um filho, um irmão, uma esposa, um amigo permanece.
E, finalmente, um jovem de 19 anos, com uma vida inteira pela frente,  por uma ridícula e ínfima suspeita não comprovada se dá o trabalho de dar a volta no quarteirão para jogar seu carro em cima de outros dois jovens.
Se a gente viesse com um dispositivo medidor de tristeza acoplado no coração o meu estaria batendo pino já.
Porque eu sofro e choro a dor dos outros quando ela é assim, sem-tamanho.
Efeitos de uma segunda-feira gélida.  

2 comentários:

  1. Eu também choro muito.
    Ah.. mas eu choro por tudo.. Imagina por esse motivo...
    Muito triste.

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  2. Ai amiga, vc acabou de arrasar comigo.
    PQP.
    Vai ter o dom de escrever assim lá na puta que pariu.

    Só penso nos nossos filhos.
    Merda !

    *Ficou lésbico, hein?

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