8.12.2003

...It's a damn cold night...

Ontem o dia foi absurdamente congelante. Daqueles que fazem você ficar encolhido o dia todo, sente dores pelo corpo e os dedos não respondem mais aos comandos. Mas, mesmo assim, eu continuo achando que o frio é fantástico. Encanta, por si só. Voltando para casa, pinguinzando de tão gelada, descobri o porquê de tamanho fascínio. E, claro, com uma lua cheia daquelas no céu, não tinha como não divagar e me perder em meus próprios pensamentos. Saí gelada, entrei no carro toda tremiliquenta e liguei o ar quente no último, até sentir as bochechas fritarem. Eureka!!! O frio é atraente porque existe a possibilidade do aconchego do calor. Não há nada mais delicioso do que aquecer o corpo quando o frio impera. Seja com uma xícara de chocolate quente, com uma cachacinha (ughs!), com o ar quente do carro, com o aquecedor, na lareira, com uma blusa fofinha, um edredom macio ou um abraço quentinho. E é isso. Olhei para a lua e voei longe, bem quentinha. A vida é feita de contrastes. E as nossas escolhas são baseadas em cima do contato e da vivência que temos com o diferente. Cores, cheiros, toques. Tudo o que aguça os sentidos. Eu não gosto de calor. No verão, fico molenga e sem vontade de fazer nada. E, por mais que me refresque, com um sorvete, um banho gelado ou um chão fresquinho, sinto apenas alívio, mas não o aconchego do calor na hora certa, durante o inverno. Andamos no escuro porque, no claro, já vimos onde fica cada móvel. Aquele perfume que traz algo bom ou ruim à memória também entra nessa marcação. E até mesmo a música que é agradável ao seu ouvido, mas pode não ser ao ouvido alheio. Situações revividas, de maneiras diferentes, renovadas, trazem segurança. Particularidades, diferenças, exclusividade. Cada um tem as suas preferências, mas não tem como não concordar. Nesses dias gélidos, um cobertor de orelhas vem bem a calhar... Se acompanhado de um vinho quente e uma lareira, não há baixa temperatura que resista.

Sem comentários:

Enviar um comentário