7.22.2003

Wonderful Journey


É incrível como as coisas acontecem na nossa vida. Eu nunca fui muito de ficar doente. Tenho até uma boa suportabilidade para a dor. Difícil me ver reclamando pra valer. Fui uma criança arteira, daquelas bemmmm danadas, que vivia se estrupiando. Minhas pernas e braços têm várias marcas das aventuras da Goonie. Fui poucas vezes a um hospital. Em uma delas, deixei a adenóide, ainda pequerrucha. Quando adolescente, foi a vez do apêndice. Agora, a tireóide. Há uns dois anos, em exames pré-nupciais, eu levei um tremendo de um susto. Diagnosticaram um nódulo do tamanho de um kiwi na minha garganta. Foi uma cena meio cinematográfica. Eu, toda feliz, às vésperas de realizar um grande sonho, abri os exames e, em segundos, minha vida inteira passou pela minha cabeça e o mundo desabou. Tentei ignorar. Talvez, fingindo que ele não estava ali, ele desapareceria e eu continuaria a minha pacata vida. Mas não.. é como uma represa com uma rachadura. A água vai pingando, pingando. Até um dia em que você não pode esconder mais. Não era nada maligno, mas esse é um fantasma que assombra o ser humano e mesmo com todos os avanços da medicina, a vida e seus mistérios ainda são uma incógnita. E durante todo esse tempo fui amadurecendo a idéia da cirurgia, reavaliando a minha vida e a minha vontade de viver. Não bastasse isso, há poucos meses levei outro susto, um pouco mais grave, tudo em razão de um erro laboratorial em meus exames. Durante duas semanas meu coração batia apenas para cumprir sua função. A idéia de estar doente, digerir a idéia de que as coisas não seriam mais a mesma coisa, que eu teria de abandonar alguns hábitos que me dão prazer ou pior, que talvez eu nunca mais pudesse fazer uma das coisas da qual mais me orgulho, foi me corroendo por dentro. E todo esse turbilhão girou na minha cabeça durante esse período. Por Brigitt!!! Como a vida humana é frágil, delicada. E como fazemos tão pouco por ela. Ignoramos os sinais da natureza, nos achamos poderosos o suficiente para enfrentar qualquer coisa e uma simples doença é capaz de te levar a nocaute em segundos. Mas o pior de tudo: como reclamamos sem termos motivos realmente relevantes para tal. Os sustos que eu passei eu não desejo a ninguém, mas, ao mesmo tempo, é assim que a gente aprender a dar valor ao que nos é mais precioso. Deixamos de lado tanta coisa, tanta vida, para nos apegarmos a coisas sem valor algum. Tanta pequinice e o que mais importa fica em segundo plano. O Mestre já dizia... "O essencial é invisível aos olhos". E durante esse período eu pude reavaliar tudo isso e descobrir que sou uma apaixonada pela vida, em todos os seus aspectos. E que eu tenho muito a viver e a fazer ainda. Os astros sabem o que fazem. Não me colocaram na primeira casa do zodíaco por acaso. Cirurgia, cicatriz, anestesia, período de convalescência, remédios. Nada disso me abateu. Enfrentei tranquilamente tudo e até me diverti. Foram apenas 3 dias de hospital, com carinho em doses cavalares. E isso é o que vale. Não tem como não se recuperar rapidinho. A cicatriz Highlander incomoda, mas em alguns meses ela vai sumir. Tenho que tomar alguns cuidados, como toda pós-cirurgia. Incomoda ficar em casa, de castigo, durante três semanas.Mas vou tirar de letra. Acho que o pior já passou. Tive um momento de fraqueza, ainda no hospital, com uma crise de choro sem fim. Infelizmente a minha tireóide agora é de gaveta e vou ter que tomar hormônios sintéticos pro resto da vida. Isso foi um baque, porque eu sou muito indisciplinada, principalmente com horários. Senti como se estivessem tentando colocar um passarinho na gaiola. A profissão que eu escolhi, o meu lifestyle, nada disso combina com remedinho sendo tomado religiosamente no mesmo horário, todo santo dia. Mas acho que foi mais um desabafo do stress todo que eu passei. Porque até com isso já me adaptei. Já consigo fazer piadas insólitas da minha situação, principalmente do meu jeito Playmobil de andar, sem mexer o pescoço. E da moda de lencinhos no pescoço que vou relançar. Talvez até virar uma daquelas índias da tribo dos girafas, que colocam os anéis no pescoço. As coisas têm acontecido rápido demais. Estou escrevendo há horas e me perdi em meus próprios pensamentos. Acho que estou ouvindo muito Lifehouse. Ou suspirando por aí, assim, meio sem motivo. Montando quebra-cabeças, vendo tv, passando muito tempo com a família. Bom demais. As vezes bate o tédio, mas já sinto cheiro de novidade no ar. Vamos aguardar, tecendo como as aranhas. Saudade das minhas aranhas, também. E da Trash. Das pessoas queridas que fazem o meu final de semana ser sensacional. Saudade de coisas que eu ainda nem vivi. Pode isso? Vontade... ah sim. Pareço uma mulher grávida de tantos desejos. Gastronômicos e emocionais. Tô uma coisa meio mimada, meio besta, meio sem sal, meio tudoaomesmotempo. Tenho assistido muitos filmes oitentistas e programas sem sentido. Sei sobre a vida dos cavalos selvagens de Amsterdam e sobre o comportamento dos golfinhos do Pacífico. Discovery e National Geographic sempre foram os preferidos. Btw, o Atum Azul está em extinção, sabia? Até A Volta dos Mortos-vivos eu vi. E morri de rir, mesmo sem poder rir. E pensar que eu já tive medo disso, um dia. Sim, pode ser um post sem sentido, mas eu só queria dizer que está tudo bem. E que dei a volta por cima como muitos que estão passando por dificuldades de saúde vão dar também. Estou na torcida por vocês. Porque a vida é o nosso maior tesouro. Quando essas coisas acontecem, a gente aprende a colocar em prática aquele famoso ditado de viver cada dia como se fosse o último, com uma intensidade absurda. A dar valor ao que realmente importa. A sorrir, pelo simples fato de estarmos vivos. A viver, no sentido mais pleno da palavra.




Ouvi e Cantei

***At The Begining***

Richard Marx & Donna Lewis

"We were strangers
Starting out on a jouney
Never dreaming
What we'd have to go through
Now here we are
And I'm suddenly standing
At the begining with you

No one told me
I was going to find you
Unexpected
What you did to my heart
When I lost hope
You were there to remind me
This is the start

Life is a road
And I want keep to going
Love is a river
I wanna keep flowing
Life is a road
Now and forever
Wounderful journey


I'll be there
When the world stops turning
I'll be there
When the storm is through
In the end I wanna be standing
At the begining with you

We were strangers
On a crazy adventure
Never dreaming
How our dreams would come true
Now here we stand
Unafraid of the future
At the begining with you

I knew there was somebody somewhere
Like me alone in the dark
Now I now my dream will live on
I've been waiting so long
Nothing's gonna tear us apart

Life is a road and I wanna keep going
Love is a river I wanna keep going on
Starting out on a journey
Life is a road and I wanna keep going
Love is a river I wanna keep flowing
In the end I wanna be standing
at the begining with you
"


E só para constar:

Horse
What Is Your Animal Personality?

brought to you by Quizilla

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