6.10.2003

Dia desses, em algum blog, eu vi uma tirinha interessante. Não havia diálogos. Era um homem, sempre andando para frente e uma janela, com uma paisagem sem graça. Havia apenas os dias da semana. E, o final de semana trazia à janela um sol quentinho e uma paisagem agradável. Ele virava o rosto, olhava, e continuava andando. E hoje eu estou assim, me sentindo o homenzinho. Presa dentro de um quadradinho. Parece que tudo passa pela minha janela, eu vejo, mas não alcanço. O tempo corre, tudoaomesmotempoagora, as coisas acontecem se atropelando e, de quebra, eu me atropelo dentro de mim mesma. Quando vou ver, já passou. Às vezes me pego desejando o dom de congelar bons momentos. Só que tudo nessa vida acontece na hora certa e tem um porquê. Mas eu já aprendi a eternizar esses momentos deliciosos dentro de mim mesma. É um grande passo, não? E em dias como hoje, corridos, baforidos, complicados e perdidos, eu resgato uma lembrança perfumada e carimbo o sorriso no rosto, sempre acreditando que daqui a pouco tudo vai passar e eu posso respirar aliviada. É preciso acreditar em algo, não? Mas, enquanto a calmaria não vem, estufo o peito e vou à luta, atrás do meu Norte, porque quem fica parado é poste.

***
Reeditado

E foi só eu escrever isso, a nova estagiária entrou na sala, com um pocket do Le Petit e me entregou. Não é pra plantar um sorriso?! Tudo bem que é em francês e eu não leio francês. Mas eu adorei, mesmo assim. É chique e meigo, ao mesmo tempo... Encantador, a palavra mais apropriada. Então, vamos lá, junto comigo. Não pode ser tão difícil. Faça biquinho e diga para si mesmo: "- Je suis responsable de ma rose ... répéta le petit prince, afin de se souvenir."

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