5.11.2003

Você me ensinou a andar com as minhas próprias pernas. Mas nunca largou a minha mão. E, mesmo nos tombos, você assoprou o meu joelho ralado. Você me mostrou que eu seria capaz de tudo o que quisesse. Nunca permitiu que eu dissesse "Eu não sei". Você sorriu quando eu fiz alguma arte. Ou desceu a mão em palmadas que, hoje, eu entendo. Você sempre buscou dar o melhor para nós quatro. Em todos os aspectos. Livros, educação, viagens, cultura, fé, ética profissional, amor ao próximo, amor a si mesmo. Ter você por perto é um dos melhores presentes. A vida a seu lado é um eterno aprendizado. Foi a sua mão fria que buscou a minha testa nos dias de febre. A mesma mão que escreveu as primeiras vogais e consoantes. Com a sua voz paciente e doce, aprendi as maravilhas da leitura. A mão que também faz queijadinhas deliciosas. E até deixa a panela queimar, só porque eu tive um desejo imediato de coquinho caramelizado, e você nem tinha idéia como fazia. Você aguentou noites em claro, só para acompanhar a minha recuperação de uma cirurgia. Aliás, cirurgia essa feita a tempo, pois você diagnosticou a apendicite antes mesmo de eu chegar ao pronto-socorro. Quando o mundo parecia desabar ao meu redor, você foi a primeira a mostrar as garras da leoa, protegendo sua cria. E é incrível como, ao mesmo tempo, você nunca interferiu nas nossas escolhas. Esteve sempre por perto, para aplaudir ou para ajudar a levantar, mas nunca interferiu. Talvez por isso aprendemos a ouvir os nãos da vida. E a enfrentar de peito aberto os pequenos dissabores. Por saber que sempre haveria um colo delicioso nos esperando. Escolher uma única palavra que a defina? Serenidade. Mesmo diante das maiores dificuldades, você nunca perdeu a calma, a paciência. Sempre objetiva, tranquila, resolvia todos os problemas. Os seus e os dos outros. Sem nunca ter que passar por cima de ninguém. Não é à toa que a família inteira gira ao seu redor. Um exemplo de ser humano. E é por essas e outras que eu tenho o maior orgulho de dizer "Minha mãe". Porque você é a minha mãe . E é o máximo!

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