5.26.2003

Certa vez eu recebi um e-mail com uma piadinha, com o passo-a-passo de como dar um comprimido a um gato. Hoje eu comprovei que não é piada. É real. Você segura o bichano, enrola em um pano, tasca o danado do vermífugo na boca dele, ele se debate e cospe longe. Você vai, começa tudo de novo, com toda a santa paciência do mundo, segura no cangote pra imobilizá-lo, abre a boca com cuidado, enfia o sem-vergonha lá na goela e segura a boca fechada. O felino se debate tanto, que consegue se soltar. E cospe o comprimido. E, mais uma vez, você carinhosamente pega o gato, enrola no pano, certifica-se que dessa vez ele não vai se soltar, e recomeça. E falha. Dez mil tentativas depois, a missão foi cumprida com êxito e essa soldada tem apenas alguns arranhões nas mãos. E, se alguém já passou por todo esse calvário, fica a dica: esmagar o comprimido com um pouquinho de requeijão. Dois segundos e não tem mais comprimido pra contar a história.

Por falar em bicho, eu estou ouvindo a versão original de Ragatanga. Me-da. Não, não era isso. Por falar em bicho, uma semana sozinha fez o híbrido de avestruz-que-tudo-come com mamute-que-tudo-derruba que late dar perda total em 2 vassouras, um varal, uma pazinha e meia mangueira. Se saudade se mede em quantidade de coisas destruídas, acho que ela sentiu minha falta. Mas hoje ela está incrivelmente deliciosa. Foi ao cabelereiro e voltou toda cheirosa, um pelo macio e brilhante. De ficar agarrada com ela full time. Ou quase. Ela esquece que tem 30 kg e quase me levou a nocaute por fratura no queixo durante as comemorações. E agora está aqui do lado, esparramada na cama, roncando e assobiando. Um verdadeiro anjo quadrúpede.

Mas quer saber? Arranhões, queixos deslocados, tombos (sim, ela adora brincar de boliche. Ela é a bola e eu sou o pino), objetos destruídos, e tudo o mais não me importam. Eu não vivo sem eles.

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