11.03.2002

Cenas do Cotidiano

Larinha chega de viagem e vai direto ao escritório, checar e-mails e papear.
Muitas horas depois, já de madrugada, ela se recorda que é necessário dormir, pois o dia seguinte seria pauleira.
Como faz religiosamente todo santo dia, desce apagando as luzes, brinca um pouco com a boi-da-cara-preta-que-late, escova os dentes, troca de roupa e dirige-se ao aposento real.
Ao acender a luz, observa que um furacão passou por ali.
Objetos no chão, tudo revirado.
Os fantasmas se divertem!?
Não.
A rata sai de casa, os gatos fazem a festa.
Quem acompanha as aventuras dos felinos, sabe do que eles são capazes.
Agora deram pra trazer os amiguinhos para dormir em casa.
Sim.
Havia um gato dormindo em cima da televisão.
E não era nem o Sushi e nem o Frodo.
Larinha adora gatos, isso não é segredo.
Mas invasão a domicílio é demais.
Cuidadosamente se aproxima do bichano para tirá-lo de lá e colocá-lo pra fora.
Mas ela não sabia que o bastet era dotado de celerity.
Cena digna de Matrix.
O peludo salta por cima do baú, sai em carreira até a cozinha, sobe na pia, dá de cara com a janela fechada, faz meia volta, salta para a bancada, derruba algumas coisas, se joga no chão e se esconde embaixo do banco da cozinha. Tudo isso em questão de segundos.
Larinha olha no relógio: 03:54.
Um bocejo.
Ok. Vamos tentar de novo.
Dessa vez com o apoio da frente de ataque felina.
Sushi se esparrama no chão com seus miados roucos e rola de um lado para o outro, chamando o amiguinho.
Larinha ajoelha, olha, e fica imaginando como o gato conseguiu passar pelo espaço mínimo. Com medo de colocar a mão ali e levar uma bela arranhada, tenta levantar o banco. Em vão.
Ajoelha novamente e chama, chama, chama o gatinho.
Pega um pouquinho de leite e continua chamando.
Olha no relógio novamente.
4:30.
Dane-se. Onde cabem dois gatos, cabem três.
Tranca a porta do quarto e vai dormir o sono dos justos, mesmo que por parcas horas.
Eles que se virem.
No dia seguinte?
Nem sinal do gato.




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