Ela disse que o Ano Novo começa hoje.
Eu só tenho que concordar.
Há um ano, uma decisão muito difícil foi tomada. Não foi da noite para o dia, mas ela se concretizou há exatos 365 dias (e se arrastou por alguns meses). Não foi nada fácil, como todas as decisões. Escolher implica automaticamente em deixar algo para trás para receber o novo. E muitas vezes dói. Com o coração sangrando e os olhos besourentos de tanto chorar, por ver que o castelo de nuvens era, na verdade, de areia, eu descobri a força da mulher que mora dentro de mim.
O apoio integral da família e a companhia doce e solidária dos meus *Amigos* foram essenciais. Minha eterna gratidão. Não me arrependo um segundo sequer. E nesse ano que passou, tudo virou de ponta cabeça, chacoalhou, remexeu, virou do avesso e mudou. Porque eu mudei. Eu cresci. Eu amadureci. Foi um ano de abertura de visão, para traçar novos caminhos. Um ano cheio de pendências, decisões, vontades, sonhos abafados gritando para serem realizados. Eu fiz um trabalho de auto-conhecimento absurdo, pra conseguir entender tudo o que se passava nessa cabeça de vento e nesse coração desembestado, em busca do equilíbrio. E eu consegui ver coisas que eu não via antes. Confesso, estou muito feliz com o que eu encontrei aqui dentro. Consegui ter orgulho de mim mesma. De me admirar por ser a pessoa que eu sou, exatamente como eu sou. Amor próprio não tem preço. Com todos os seus altos e baixos.
A poeira baixou e a bússola da vida parou de girar enlouquecidamente, voltando a apontar para o Norte. Já sei o que quero, como eu quero e como fazê-lo. E, principalmente, o que eu não quero. Alguns projetos são a longo prazo. Outros imediatos. Outros para alguns meses. I don´t care. Paciência é uma virtude e o que importa é começar. Sem esquecer as influências do fator surpresa. As sementinhas já foram lançadas. Agora é só regar e enchê-las de luz, para que o caminho a ser trilhado seja florido e perfumado, não só pra mim, mas para todos que me acompanham.
Ela inventou o Dia da Ju. Inspirada nessa mocinha tão doce que a Dona Vida me deu de presente, eu declaro, a partir de hoje, que 18 de novembro é o Dia Internacional da Larinha. Dia de festa, alegria, diversão, brigadeiros, bexigas, presentes (claro hihihi). Tudo para celebrar a deliciosa aventura que é o *v*i*v*e*r*.
E, para comemorar um dia assim, que eu tentei passar em branco mas não saiu da minha cabeça, vamos de poesia(que eu descobri hoje não ser de autoria da Clarice), que me acompanhou durante esse ano que passou, juntamente com Winter in July e Only Time.
Enjoy it!!! E não tenham medo de mudar.
Porque, no final, tudo dá certo!!!
Edson Marques
"Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.
Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.
Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda ! "
"Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco,
sem o qual a vida não vale a pena"
(Clarice Lispector)
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