11.28.2002

...Everybody Wants To Rule The World...

Nesse momento, o Media Player está tocando Dance with Wolves. Mas a seleção musical vai de Belle e Sebastian a Nightwish. Passando por músicas pagãs, Julie Andrews, Natalie Imbruglia, Abba, Pearl Jam, Remy Zero, Depeche Mode, Pet Shop Boys, Trem da Alegria, Smash Mouth, Portshead, Olivia Newton John, Tori Amos, Fernanda Porto, Madonna, Phill Collins, Cocteau Twins, The Police, Luisa Mandou um Beijo, Sarah Brightman, U2, Googoo Dolls, 10000 Maniacs, Fionna Apple, Carly Simon, B 52´s, Joy Division, Garth Brooks, Oasis, Boca Livre, 14 Bis, Roxette, Sandy e Jr (que Mammy deu), Trilhas sonoras de todos os tipos e até o incrível e abominável hit do momento Ragatanga. Isso pra citar alguns.

Tenho influências musicais de todas as gerações. Viajava todos os finais de semana para o sítio ao som de música clássica. Meu pai é gaúcho. Nos churrascos, sempre moda de viola ou músicas folclóricas de sua terra natal. Minha irmã mais velha é minha segunda mãe. Com ela aprendi a ouvir músicas dos anos 60/70. Ela me ensinou a gostar de 14 Bis, Milton Nascimento, Phill Collins, The Police, George Michael. Com meu irmão e seu violão, aprendi a admirar muitas músicas, em especial rock nacional. São 9 anos apenas de diferença da minha sobrinha. Moramos juntas por quase um ano. Ela me apresentou muitas novas canções. Sou fanática por trilhas sonoras e o leque de variedades nesse segmento é muito grande. Sou professora primária. Aprendi a gostar de música infantil para poder cantar com meus futuros alunos, estendendo a cantoria aos meus sobrinhos, pra farra ficar completa.

Comigo não tem programa de índio. Faço questão de aproveitar o melhor e me divertir, onde quer que esteja. Já fui a um rodeio e até arrisquei participar da prova do carneiro. Já fui a pagodão na casa do gago e dancei a tarde toda. Já fiz viagem ecológica e andei muitos kilometros em um mesmo dia. Me sinto bem tanto no Niäs ou Willi Willie, quanto no Hollywood Project ou na Trash 80´s. Mas se for só um choppinho com os amigos em um barzinho qualquer, estou feliz da vida também. Vou da praia à montanha. Da balada noturna na capital à paz de uma rede no interior. Acompanho a turma no cinema ou junto a patota pra um videopipoca em casa. Topo jantar de gala ou um dogão no carrinho da esquina. Já viajei ao litoral e não coloquei o pé na areia. Semana passada, brinquei como criança o dia todo em um parque de diversões e, quando a noite chegou, dancei até o dia seguinte raiar em homenagem à minha independência, para ir a um curso de Ayurveda algumas horas depois.

Sou pagã, mas não tenho verruga no nariz nem ando por aí de preto, com maquiagem carregada jogando maldições. Faço yoga mas não sou vegetariana e nem muito chegada em rango natural. Jogo RPG mas não incorporo meus personagens. Sou ambientalista, mas não sou ecochata. Mesmo porque, eu fumo. Sou advogada mas detesto meia fina e sapato de salto. Sou king size mas não sou do tipo que conta as calorias de tudo quanto é alimento ou fica subindo na balança a cada meia hora. Arrisco uns pratos na cozinha, mas estou longe de ser gourmet. Fui da geração cara-pintada apenas por farra, pois sou apolítica. Meu blog não tem um estilo definido. Escrevo o que quero. Quando quero. Estou longe de ser artista, mas arrisco soltar a voz no videokê ou dar minhas pinceladas por aí. Já fui a show de rock e a show infantil. Ainda vou fazer rally. E desfilar em uma escola de samba. E, talvez, até participar de um campeonato de Rummikub. Não tenho piercings nem tatuagens. Cabelo ao natural, sem nenhum penteado que exija mais que umas passadas de pente. Calça jeans e London Fog. Óculos de sol, sempre. Esse é meu uniforme. Passo desapercebida em uma multidão, tranquilamente.

Sou tudo. Sou nada.

Porque as pessoas insistem em rotular tudo e todos? Saem como o carimbador maluco, marcando as pessoas pelo que elas vestem, ouvem ou fazem. Você é isso. Vc é aquilo. Bah! Não sou hippie, não sou indie, não sou gótica, não sou punk, não sou natureba, não sou nerd, não sou cult, não sou patricinha, não sou rata de praia nem piolha de academia, não sou sei-lá-mais-o-quê. Sou eu mesma, com muito orgulho. Me permito conhecer o novo, sem medo. Aliás, o novo sempre me atrai, pois conhecimento nunca é suficiente. Tenho sede de conhecimento. Quero saber de tudo um pouco. Sou flexível e me adapto em qualquer ambiente. Sou fluída. Fico pensando com meus brincos. Isso só pode ser auto afirmação. As pessoas têm necessidade de ser "alguém". Buscam exaustivamente o seu lugar no mundo. Com radicalismos. E pecam pelo excesso. Se você é isso, não pode ser aquilo. Se você veste isso, não pode usar aquilo. Se você ouve esse som, o outro é uma porcaria. E assim, os iguais se juntam. Viram "tribos", onde você só entra se for uma xerocópia. E acabam se perdendo dentro delas mesmas. Se olham no espelho e não se reconhecem mais. E aí os problemas começam. Tenho observado por aí crises de identidade sem fim, depressão coletiva, choramingos de todos os tipos, agressões gratuitas. Por nada.

Sou uma excelente profissional, uma boa filha, um doce de tia e muito querida pelos amigos. Fui uma grande namorada, uma esposa fora de série e pretendo agir novamente da mesma maneira. Sou uma cidadã exemplar. Quero, também, ser uma mãe 100%. E me considero um modelo de ser humano. Então, diabos, porque a necessidade de rótulos? Eu apenas busco colocar o melhor de mim naquilo que eu faço. Levo meus tombos, aprendo com meus erros, tento consertar meus defeitos, respeito as diferenças e opiniões alheias e procuro melhorar a cada dia. Crescer. Dividir. Respeitar. Completar. Amar, incondicionalmente. Esses são meus objetivos de vida.E, no fundo, não é isso que realmente importa? Não é essa a bagagem que a gente leva daqui? Feliz eu, que tenho passe livre entre as tribos. Liberdade de ir e vir, de ouvir e de vestir.

Liberdade de e.x.i.s.t.i.r.

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