10.28.2002

...Linger on, your pale blue eyes...

Eu poderia deslanchar em detalhes a tempestade que tomou conta de mim...
Mas não vou usar do mesmo artifício.
Amor sabe calar.

Estou ferida, e a tendência, nesse caso, é apenas lançar farpas a esmo.
Ele disse que não sou bem-vinda.
Amor compreende.

Primeiro eu fui a princesa.
Depois, monstros começaram a me rodear.
E agora eu sou o monstro.
Um monstro mau que precisa, inclusive, de tratamento médico.
Ele disse que não tenho humanidade nem dignidade.
Mas, eu só conheço o Amor que admira.

Blue eyes vê as coisas de outro ângulo.
Mas cala-se. Porque Amor respeita.
Mas ele disse que o que eu penso não interessa.

Talvez, ele esteja certo. No momento, não há espaço na minha vida.
Ele chegou de repente, conquistou por méritos próprios, mas eu fui fraca e não consegui lutar.
Simplesmente não consegui jogar tudo para o alto.
Ele disse que é apenas um menino para uma mulher.
Mas ele nunca foi tratado como menino.
Nunca foi visto como um menino.
Nunca foi amado como um menino.
Ele não conseguiu ver que a menina já tem 27 anos.
E foi pega em um momento de busca e recuperação do tempo perdido.
Amor tem paciência.

Prioridades. Sintonia.
Há uma lacuna que não foi preenchida.
E as atitudes mostram que eu escolhi o caminho certo.
Ele está cego e com o orgulho ferido.
E está ferindo pessoas por conta disso.

Em tão pouco tempo, as marcas deixadas foram profundas o suficiente para não serem apagadas.
Intensidade. Tudo o que foi vivido foi com intensidade.
Vontade, desejo, juras, carinho, saudade.
Até lágrimas.
Um vazio preenchido. Coração cheio e feliz.
Fez cada segundo valer a pena.
E ele disse que não vivemos nada.
Que não significou nada.

Eu disse que o amo.
Ele disse que foi uma farsa.

Então, porque meu coração chora!?

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