10.18.2002

...And I can´t fight this feeling anymore...

Eu cansei.
Chega!!!
Será que vocês não percebem que meu brilho está se apagando?
É tão difícil assim de ver?
Vocês, que dizem que me amam, se conhecem, realmente, a minha essência, vão entender o que está havendo.
Chega de superproteção.
Eu não sou de vidro.
Eu sou muito mais forte do que aparento ser.
Entendo, admiro e agradeço, de coração, todo o carinho, atenção e preocupação.
Mas chega.
Cada um é responsável pela própria felicidade.
Vocês não podem ser felizes no meu lugar.
Eu não quero uma sobrevida.
As vezes, o silêncio é muito mais confortante do que um monte de palavras sem fundamento.
Sem fundamento para a minha realidade.
E isso não me faz amá-los com menos intensidade..
Apenas chegou a hora de minha voz falar mais alto.

Estou sufocada. Eu preciso respirar. Eu preciso viver.
Arianos são regidos pelo fogo.
Fogo da paixão, da coragem, da determinação, da descoberta e da conquista.
Dos desafios.
E uma chama precisa de oxigênio.
Não adianta colocá-la em uma redoma.
Ela vai se consumindo, diminuindo, até apagar.
Essa superproteção tem me encurralado, me deixado angustiada, amuada.
Me sinto em uma prisão invisível aos olhos.
E um pássaro engaiolado perde a cor brilhante de suas penas...
Seu canto se torna triste e sem vida.
Porque, como os pássaros, eu nasci pra voar.
Não tenho raízes. Então, por favor, parem de me acorrentar.
Parem de me prender ao solo.
Eu preciso alçar esse vôo.
Por minha própria conta e risco.

Eu simplesmente não funciono se estou triste, apagada.
É fácil cobrar atitudes alegres, de alto astral, cheias de energia, e, ao mesmo tempo, tentar sabotar das mais diversas formas toda essa minha busca.
Mas será que é tão difícil assim perceber que elas só existirão naturalmente se eu estiver bem comigo mesma? Se eu estiver feliz? Em toda a plenitude da palavra?
Que, quanto mais feliz eu estiver, mais condições, energia e disposição eu tenho para tudo?
Porque a chama vai ganhar força e vitalidade?
Um pássaro fora da gaiola pode visitar a sua janela todas as manhãs, enchendo o seu dia com as mais belas melodias. Por que ele pode voar e tem a liberdade de escolha da altura do vôo e do momento do pouso.

Então, eu decidi.
Chega.
Chega de tentar abafar algo que grita dentro de mim.

Eu já estou no barco.
Sempre estive.
Em nenhum momento ele foi abandonado.
E é nele que eu vou permanecer.
Onde ele vai me levar?
Não sei.
Mas eu quero ir.
E junto com *v*o*c*ê*.




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