6.13.2002

*O segredo do meu sucesso*

Mensagem enviada ao Fórum do Ibama, após calorosas discussões sobre quem pode mais,que deixaram meus ânimos rebeldes e meu ego no fundo do poço.

~*Pausa para relaxamento*~
Vamos a um fácil exercício que pode ser praticado por qualquer um aqui no fórum.

Inspire.
Expire.
Inspire.
Expire.
Relaxe sua musculatura.
Descentralize o foco de visão do seu próprio umbigo.
Abra os braços e olhe ao seu redor.
Perceba, calmamente, que o mundo vai além da parede onde está pendurado o seu diploma de graduação, Mestrado, PhD, Pós, PQP, sei-lá-o-que.
Observe atentamente cada objeto que compõe a sua paisagem no momento. Se quiser, pode tocá-los, senti-los.
Conscientize-se que eles são diferentes. E cada qual tem a sua utilidade. Uma função específica. E nem por isso um é melhor ou pior que o outro. O grampeador junta as folhas. A tesoura separa em partes de acordo com a conveniência. Ambos são necessários, cada qual na hora certa, e TODOS são usados em papel.
E assim são, também, os seres humanos, e os nossos futuros Analistas Ambientais.
Se ao perceber isso for tomado por uma taquicardia ou alteração de qualquer sinal vital, volte ao início do exercício e recomece, até certificar-se que pode chegar até o final sem alteração de humor, sem agredir ninguém, sem disputar o que não é preciso ser disputado, pois já lhe pertence: o seu lugar ao sol.


Cansei desse duelo de Titans.
De verdade.
Uma disputa inútil que exalta ânimos, ofende, humilha e fica rodando em círculos.
O ser humano é muito mais que isso.
E o Analista Ambiental também.
De nada adianta conhecimento técnico-científico se não houver flexibilidade e prontidão, audácia e precaução. E polidez. Tudo em equilíbrio. Senão o barco vira.
Na verdade, estou em um conflito interno. Não sei mais se subo na cadeira e bato palmas, em admiração aos profissionais de alto escalão ou se me enfio no primeiro buraco que aparecer, de vergonha, por um dia ter desejado ser uma Analista Ambiental, correndo o risco de ser comparada à turminha mais sem educação, ranzinza e egocentrista que já conheci.
Sou uma mera observadora, e pelo pouco que vi já tirei algumas conclusões:
- Tem gente que vai aprender a dar mais valor a tudo, quando perceber, no meio do mato, após alguns dias sem ver sinal de civilização, que seu diploma não vai ter tanta utilidade quanto um cordial sorriso de um estranho ou o cheirinho de comida caseira assando no forno a lenha.
- Tem gente que vai aprender a dar mais valor a tudo, quando perceber, em uma ilha qualquer, que seu laptop não funciona para aquela pesquisa imprescindível, e a informação necessária virá daquele que divide a areia com vc e mora naquela choupana, e tem um conhecimento de vida que não está nos livros, com muito mais prática e vivência com ventos, marés e animais, sem, contudo, nunca ter pisado em uma escola e não saber sequer escrever o próprio nome.
- Tem gente que vai aprender, a duras penas, que um único argumento sólido, polido e alicerçado vale muito mais do que mil palavras de ofensas.
- Tem gente que vai aprender que não foi por acaso que nossos pais ensinaram as palavras mágicas “por favor”, “obrigado”, “com licença”, “desculpa”.
- Tem gente que vai aprender muito mais, e não cabe a minha singela pessoa ficar relatando as peças que a vida ainda há de pregar.

Gaia chora.

Minha admiração, respeito, carinho e solidariedade para aqueles que entendem Meio Ambiente como um todo, não só pela metade.

*Me*, no auge da TPM.

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